quarta-feira, 25 de abril de 2018

Está triste a noite sem seus beijos

Para tudo se tem uma primeira vez... Sei que bons textos não costumam começar com frases feitas, mas este é um início adequado a ocasião. Pode-se imaginar o porquê desta adequação, nem é tão difícil assim. Essa será uma primeira vez para mim e para este blog, pela primeira vez vou postar um texto que não é meu. Explico a situação, há quase dois meses não estou morando em minha cidade natal, quem leu o texto de abertura do blog sabe de onde sou. Atualmente moro em Rio Grande, no sul do Rio Grande do Sul e, enquanto esperava o ônibus para ir a faculdade um senhor abordou-me no terminal urbano. Claramente estrangeiro, entregou-me uma folha plastificada com três poemas, disse que era escritor e pediu-me para comprar os textos dele. Perguntei de onde ele era e recebi a resposta: Uruguai. Perguntei se ele havia escrito em português e ele disse que não, havia escrito em espanhol e traduzido com um dicionário de biblioteca. A história comoveu-me, tratei de pagar por uma folha um pouco surrada e não pela folha plastificada a qual pensei que receberia e tive uma grata surpresa, os textos eram muito bons. Claro, a tradução não era excelente, havia seus erros de concordância, até de ortografia, mas eram bons e isso é o que importa. Por isso quis postar um deles aqui, compartilhar com vocês o que eu senti na ocasião. Já deixo claro que fiz pequenas alterações, nada que realmente mudasse o sentido, na verdade apenas corrigindo os erros já citados, sem mudança de palavras.



Está triste a noite sem seus beijos.
As estrelas evocam os seus suspiros.
O de sempre, talvez mais solitário
não suporto de novo meu calvário
ao saber que tive e terás ido.

Se teu riso não é meu, se tua pena tampouco
por que sinto que toco teu pranto, tua alegria?
Por que sinto que é minha ilusão que te alegra
e tudo que encerra o teu coração que é meu?
Por que será que rio se ris e se choras,
por que será que choras meu coração também?
Por que será que a areia é quente e sem consolo algum?
Por que será que um se sente como ausente?
Por que será que ao ver-te minha tristeza vai embora
e um sorriso assume o meu rosto dormido?
E sinto que respiro livre já em sua presença.
Volta a mim a inocência dos anos perdidos.
E agora, quando escrevo, como antes de minha vida,
Falo de ti, querida, e não falo comigo,
mas a teus olhos lindos, se algum dia  lerem
isto, o que escrevera o que te quer tanto
o que sente o teu pranto, o que chora a tua pena.

Ruben Omar Paiva


Felizmente o homem assinou, assim sei quem pode ser o autor realmente, na minha inocência prefiro acreditar que foi o próprio Ruben que vendeu o poema. O mesmo de sempre, comentem compartilhem curtam. Caso gostarem muito, tem a aba de seguidores, não exitem, cliquem mesmo.

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