sexta-feira, 1 de junho de 2018

O que eu posso fazer?

Acho que temos um novo record, sessenta versos, todos com a maior das minhas dedicações. Eu realmente gostei desse texto e peço que tentem capturar todas as nuances possíveis. Sei que isso não é tão simples em um texto relativamente grande como este, mas vai valer a pena. Uma dica para quem lê o blog no celular, deixe a tela na posição horizontal, isso facilita a experiência. Ademais, aproveitem a leitura.


   Não te dou certeza de nada,
   isso é algo que não dou nem a mim.
   Não por achar errado, imagina.
   Dê suas certezas quem o possa.
   Sou física e metafisicamente,
   e qualquer outra palavra difícil
   que me vier, só para impressionar-te,
   INCAPAZ.
   Palavra difícil, eu sei.
   Não são muitos que utilizam
   em função emotiva. Não posso fazer nada.
   Não me pertence o dia de amanhã.
   Isso é bíblico
   e bem sabes como sou religioso.
   Posso mentir a mim e a ti.
   Dizer e detalhar como tudo acabará bem.
   De como vamos sorrir de tudo, no fim
   (expressão complicada essa: "O FIM",
   mas isso não é para agora).
   Não o faço por pura maldade.
   Faço porque sou viciado
   em sorrisos e quero todos os teus.
   Não leve a mal minhas dúvidas,
   nem repare demais nas minhas contradições.
   É outono e faz calor e frio.
   O que EU posso fazer?
   Olho para alguém e o peito acelera.
   Não posso nem me controlar.
   Se não controlo nada,
   como posso dar certeza de algo?

   No entanto, prometi a mim mesmo
   que não ia só reclamar da vida.
   Ouça o que eu posso fazer.
   Posso, com certeza, dizer
   as besteiras que sempre digo.
   Sei que o teu sorriso não aprecia 
   somente a mim, mas a ti.
   Que sempre estarei disposto
   a tirá-los, nem que por insistência,
   das garras das tuas maiores inseguranças.
   Posso, também, outra coisa.
   Posso pedir-te promessas vazias,
   pois não tem obrigação nenhuma com elas.
   Prometa sempre despejar em mim
   aquilo que muito te incomoda.
   Sou mais feliz quando faço-te feliz.
   Prometa-me que se
   (digo "SE" porque, como já disse,
   não controlo o futuro)
   eu esquecer as tardes de domingo,
   ou nossas manhãs de sábado,
   ou as aulas vagas de história,
   cortará os laços teus comigo.
   Nesse caso, tornei-me cruel demais.
   Indigno até dum olhar de desprezo.
   Uma última promessa.
   Se um dia imaginar que te esqueci.
   Me procure nos manicômios
   Estarei em algum deles,
   forçosamente medicado, num canto qualquer.

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