Para que escrever tanto, o que eu ganho com isso? A pergunta é frequente e a resposta é a mesma: absolutamente nada. Pelo menos nada do mundo, nenhum reconhecimento, nem um único centavo. Tudo isso (ou nada disso) não me impede de continuar a esmerilar a palavra sempre que possível. Em total dissonância com que querem provar, talvez a recompensa não seja exterior, talvez não seja conquista de dinheiro, fama, amores que seja o objetivo final e definitivo. Claro que isso soa clichê, a realidade tão bem estabelecida soa clichê, assim como eu vir aqui e afirmar que o Sol nascerá amanhã não será especial a ninguém. Dizer algo que todos já sabem, mesmo que virem o rosto para não ver a aurora, nunca será novidade alguma. No entanto, aquilo nem todos sabem, na verdade ninguém realmente sabe, por que se dar tanto a escrever? Talvez o prazer de contemplar parte de si eternizar-se como arte seja algo que o ser humano não esteja habituado, muito menos racionalizado em algum grau, por isso a estranheza e falta de prática de fazer-se eterno sem ser infinito. No mais, fiquem bem e com o texto.
Eu não sei o que dizer.
Escuto, vejo, sinto.
Não há no entanto
o que dizer.
Não que não haja realmente,
metafisicamente, sempre há.
A contenda reside na psiquê.
A construção neuronal do raciocínio.
A capacidade de esboçar o mentalizado.
Ideias voam frente a nós o tempo todo.
Imploram por atenção, por exposição,
mas nós negamos isso a elas.
Resguardamo-nos ao direito do silêncio.
Damo-nos ao escrutínio da vergonha.
Perecemos para monstro de nós mesmos.
Derrotados por algo que nunca existiu:
o terrível e indomável futuro.
Ainda disforme e inofensivo,
enquanto isso, as ideias voam por aí.
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No entanto, aquilo nem todos sabem, na verdade ninguém realmente sabe, por que se dar tanto a escrever?
ResponderExcluirObrigado por estes momentos de reflexao e distracao !
sempre bom poder trazer algo interessante, agradeço sempre o apoio recebido.
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